MTB Weekend confirma a consolidação da bike elétrica no mercado brasileiro

Evento em Nova Lima (MG), no início de dezembro, contou com categorias em três modalidades para as e-bikes: Eliminator (XCE), Maratona (XCM) e Cross Country Olímpico (XCO), e totalizou 180 e-bikers inscritos

A edição inédita do MTB Weekend realizada em Nova Lima (MG), entre os dias 2 e 4 de dezembro, marcou um momento histórico no ciclismo nacional. Dentre os 647 participantes do evento, 180 deles competiram no evento utilizando suas bikes elétricas. A principal disputa em que as e-bikes foram utilizadas foi o Campeonato Brasileiro da modalidade no formato XCO, reunindo no pelotão os melhores homens e mulheres da elite do esporte. No entanto, a disputa para as bicicletas elétricas não se restringiu ao torneio nacional, sendo possível que amadores e iniciantes competissem também no Eliminator (XCE) e na Maratona (XCM), além também das disputas abertas no Cross Country Olímpico (XCO).

A principal diferença entre atletas amadores e profissionais que competiram nas provas utilizando suas bikes elétricas esteve no fato de que, apenas os participantes do Brasileiro de E-Bike tiveram as velocidades de suas bicicletas aferidas, enquanto não houve a necessidade de aferição para quem não estava inscrito no evento oficial com a chancela da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo), que premiou Sherman Trezza e Patrícia Loureiro como campeões nacionais do ano de 2022.

“Para nós da organização não é uma novidade esse processo de conferência, pois vivemos isso na CIMTB Michelin. Mas aqui tivemos o apoio das fabricantes dos motores da bikes que usam Shimano e Specialized no local do evento e isso mostra a importância que o evento teve para as marcas. Além deles, tivemos a Escola Park Tool, que funciona como um árbitro neutro fazendo as conferências físicas. O objetivo é que tenhamos a confiança dos atletas de que tudo está dentro das regras, em igualdade de condições”, diz Rogério Bernardes, organizador do evento. “Mas é importante destacar que nas categorias não oficiais liberamos pela primeira vez o uso dos motores sem nenhuma conferência e foi um sucesso, atendendo a pedidos dos atletas. E essa tendência deve se repetir na CIMTB em 2023.”, completa.


Largada da E-Bike no MTB Weekend (Crédito: Jonathas Abrantes/Ultrafotos)

Com distintos modelos e fornecedores de motores de pedal assistido, coube a diferentes empresas participarem do evento fazendo a aferição das velocidades para o Campeonato Brasileiro. Representantes de três empresas estiveram envolvidos na ação: Escola Park Tool, Shimano e Specialized. Após a parte técnica feita por cada uma das marcas, que fizeram pelas suas próprias ferramentas a definição da velocidade máxima, houve ainda o último teste, feito por um representante da Escola Park Tool, utilizando o GPS e vendo quando o motor travava, sempre acontecendo com 25 km por hora.

“Estivemos fazendo a aferição também em todas as etapas da CIMTB, para confirmar que não houve alteração nas bikes em relação à velocidade permitida. O certo é a bicicleta cortar o motor de pedal assistido quando atingir os 25 km/h. O pessoal da Shimano tem seu jeito de fazer essa chegada do motor E-Tube, o pessoal da marca Bosch também tem seu software, assim como o pessoal da Specialized. O último teste é o prático e mecânico, em que eu subo na bike e vejo se está de acordo com o que foi estabelecido pelo regulamento”, conta Rodrigo Avelar, diretor em Belo Horizonte da Escola Park Tool.

Ao todo, seis diferentes marcas de bike participaram do Brasileiro de E-Bike, fornecendo equipamento para seus atletas: as nacionais Sense Bike, Oggi e Groove, e as estrangeiras Specialized, Trek e Scott. “O mercado das bicicletas elétricas, sobretudo das e-bikes voltadas para o uso mais off-road, é um mercado em total ascensão. A gente sente que, a vibe que começou na Europa, já está no Brasil. Estamos apostando muitas fichas neste mercado, porque além de tudo ele é muito democrático. Faz com que uma pessoa que não tenha uma condição física tão boa, consiga pedalar junto com um atleta que tenha um preparo melhor. E, assim, ele não perde o passeio dele com os amigos. Acreditamos que esse mercado das elétricas vai se tornar o principal das bicicletas num futuro próximo”, comenta Marlen Ferreira, diretor de marketing da Sense Bike.

Entre as três marcas nacionais com bikes elétricas aferidas no Campeonato Brasileiro, em comum esteve o fato de os motores de suas e-bike serem aferidos pelos técnicos da Shimano, empresa que foi a responsável pelo serviço de Suporte Neutro do MTB Weekend.

“Por ser uma competição válida pela UCI (União Ciclística Internacional), houve a necessidade de aferição dos motores e eles serem bloqueados a 25 km/h. No nosso sistema vemos se o limite está com 25 km/h ou com 32 km/h, que é como elas chegam direto da fábrica. Temos um software que faz essa mudança. Apenas se for feito um desbloqueio, é que se altera para mais do que os 25 km/h, o que é permitido pela legislação brasileira”, conta Daniel Souza, responsável pelo Suporte Neutro da Shimano no Brasil. “A maioria das marcas aqui utilizaram o Shimano Steps EP8, que é o sistema mais atual e mais forte fornecido pela marca”, completa Daniel.

Já as bicicletas da Specialized inscritas no Brasileiro de E-Bike, ficaram sob a responsabilidade de um dos membros da empresa no País, de confirmar se estavam dentro do limite estabelecido, antes do teste prático final. “Qualquer loja especializada da nossa marca faz essa definição de velocidade, por meio do Turbo Studio. Lá ajusta o limite de assistência, 25 ou 32 km/h, bem como o tamanho da circunferência da roda. Há rodas de 27,5 ou 29, bem como pneus maiores, ou seja, assim é feita conferência”, comentou Marcelo Catalan, líder da categoria de E-Bike da Specialized no Brasil. “No sistema que eu acesso, consigo ver a data da última alteração, data de atualização, qual velocidade que está, tamanho da roda e outros ajustes. O sistema também acusa caso tenha sido utilizado algum software ou hardware não autorizado na bicicleta, até mesmo a distância”, finaliza Catalan.

O local do evento
A região da Lagoa dos Ingleses é conhecida nacionalmente pelas inúmeras trilhas, por onde se aventuram os amantes de esportes, como o mountain bike, em suas diversas modalidades. O evento pretende atrair mais de 1.000 visitantes e turistas das 5 regiões do país e, com isso, movimentar a cadeia produtiva em estabelecimentos como hotéis, pousadas, bares, restaurantes, dentre outros.

Sobre o MTB Weekend
Realizado pela Prefeitura Municipal de Nova Lima por meio da Secretaria de Turismo e organizado pela CIMTB o MTB Weekend conta com os patrocínios de Sense Bike e CSul, co-patrocínio de Probiótica, apoios de Shimano, Arrival, Açaí Fresh e Cervejaria 040, e a parceria institucional de Associação Geral, Centro Comercial, Emater e Projeto Trilhas. A supervisão fica por conta da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e da Federação Mineira de Ciclismo (FMC).

Mais informações sobre o MTB Weekend:
Site: https://www.mtbweekend.com.br
Instagram: http://www.instagram.com/mtbweekend_