Lendas da CIMTB Michelin: Davi Raposo

Por Pedro Parisi, de Belo Horizonte

Hoje o mountain bike brasileiro é reconhecido ao redor do mundo todo, mas nem sempre foi assim. Na década de 80 e 90, o esporte ainda era o embrião do que se tornou hoje. E quem acompanhou toda essa história foi o jornalista e mountain biker, Davi Raposo, o convidado do terceiro episódio da série Lendas CIMTB Michelin.

Ele descobriu o esporte quase por acaso em 1980, quando um organizador de provas de mountain bike foi até a redação onde trabalhava, em Divinópolis, e fez um convite para cobrir o evento. “Até então, eu fazia cobertura esportiva de futebol. O Campeonato Mineiro de 1981 foi minha primeira cobertura de ciclismo. Mas naquela época, o esporte ainda era muito caro e desconhecido da população. E além disso, o país ainda vivia a euforia do tricampeonato mundial de futebol, o que ofuscava quase todos os outros esportes”, conta.

Foi só no início dos anos 90, quando competições como o Iron Biker e o Circuito Coca-Cola começaram a fazer sucesso entre os ciclistas, que o mountain bike voltou a crescer em Minas Gerais. Nessa época, Davi ainda não competia, mas ia de bicicleta fazer as coberturas das provas. “Eu me entusiasmei e comprei uma Caloi 10 para andar na cidade. Fui de bicicleta fazer essa cobertura. Cheguei lá, o povo pensou que eu era atleta e me convidaram para competir”, lembra.

A brincadeira foi levada a sério por Davi, que trocou a Caloi dele e da esposa por uma mountain bike. Uma das primeiras competições foi a Copa Ametur, predecessora da CIMTB Michelin. “Naquela época eram só quatro categorias. Eu corria na Categoria Sênior, para atletas com mais de 35 anos. Eu já tinha mais de 40, tinha acabado de começar a treinar, e acabava atrapalhando a corrida dos mais novos”, explica.

Davi diminuiu o ritmo de competições até que, nos anos 2000, encontrou Rogério Bernardes, o organizador da CIMTB Michelin durante o evento Desafio dos Profetas, em Congonhas, em 2005. “Fui levar um atleta que eu treinava ao evento, o Rogério me viu e me chamou para correr. Eu respondi que não queria atrapalhar. Já tenho quase 50, e eles têm 35, então não tem como eu entrar”, lamentou, “Ele prometeu que a partir da próxima prova, ele ia abrir uma categoria da minha idade. Dito e feito. Deste dia em diante eu não parei mais de correr. Por incrível que pareça, eu tenho medalha em todas as etapas que participei, então eu tenho muito orgulho disso”, comemora Davi.

De lá pra cá, Davi lembrou de vários momentos inesquecíveis vividos durante o evento. “Me lembro de um episódio que me marcou muito, que aconteceu na Pedra do Sino, em Carandaí. Foi um circuito bastante difícil, que custei fazer, e mesmo assim fiquei em 5º na minha categoria. Na hora da premiação, o Rogério chamou o único participante paradesportista do evento e anunciou que teria que encerrar a categoria no próximo ano por falta de participantes”, conta. 

“Eu enviei um email para ele explicando que o evento tinha que incentivar os paratletas, que já tinham muito mais dificuldade e agora eles iriam ficar sem competição para participar. E ele mudou de idéia e falou que manteria a categoria”. Em 2018, a categoria PNE/PcD foi um grande sucesso com 16 competidores na classificação geral.

Davi é um exemplo de que o mountain bike é um esporte para todos. A CIMTB Michelin vem evoluindo para levar o esporte para o maior número possível de pessoas. Atualmente oferece 39 categorias, entre as de elite, oficiais, duplas, turismo e outras, que se encaixam no perfil de todos os atletas.

“Me lembro também da última etapa de Araxá, quando eu estava na Dona Beja, e aquela multidão em volta de você, uma sensação indescritível. E eu ouvi um garotinho falando com o pai assistindo a corrida: ‘Viu, pai, se até um cara velho assim dá conta, porque que o senhor não dá?”, ri, Davi.

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CIMTB Michelin 2021

A organização da CIMTB Michelin realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB Michelin tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos Ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Em 2022, a CIMTB Michelin aumentará ainda mais sua relevância internacional com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1992.

Sense Bike

Parte da Lagoa Participações, a Sense Bike foi criada em 2009, com o sonho de construir uma marca de bicicletas feita por apaixonados para apaixonados, com padrão internacional, foco em desenvolvimento e indústria de ponta. Em 2014, foi inaugurada a fábrica em Manaus, que possibilitou o início da produção de quadros, bem como a montagem de bicicletas elétricas e convencionais (mountain bike, urbana e road), com o que existe de mais inovador em tecnologia. Em abril de 2018, a Sense Bike comprou a Swift Carbon Global, importante fabricante mundial de bikes em fibra de carbono, com operação industrial na cidade do Porto (Portugal).

Michelin

A Michelin, líder do segmento de pneus, se dedica ao desenvolvimento da mobilidade de seus clientes, de forma sustentável, criando e distribuindo os pneus, serviços e soluções mais adequados às suas necessidades; fornecendo serviços digitais, mapas e guias, para ajudá-los tornar suas viagens experiências únicas; e desenvolvendo materiais de alta tecnologia, que atendem à indústria da mobilidade. Sediada em Clermont-Ferrand (França), a Michelin está presente em 170 países, emprega 114.100 pessoas em todo o mundo e dispõe de 70 centros de produção implantados em 17 países diferentes que fabricaram 190 milhões de pneus em 2017.