A sessão “Lendas CIMTB Michelin” retorna para dar o justo reconhecimento aos atuais campeões brasileiros de E-Mountain Bike na modalidade XCO (Cross Country Olímpico). Dois ciclistas que, além de terem conquistado o título nacional no início deste mês de dezembro, no MTB Weekend, também viveram suas histórias na principal competição de MTB da América Latina, a Copa Internacional de Mountain Bike. Assim, contamos primeiro a história de Patrícia Loureiro, que no último dia 4 de dezembro, em Nova Lima (MG), conquistou seu bicampeonato brasileiro de E-MTB.
Podemos afirmar que a ciclista Patrícia Loureiro, paulista de Campos do Jordão, atualmente com 42 anos, é um dos maiores nomes da história do mountain bike nacional. Isso se confirma não só pelos títulos conquistados, uma vez que ela tem em seu currículo 12 conquistas nacionais entre downhill, E-MTB e Enduro E-MTB, mas também porque além das competições, Patrícia fez, faz e continua fazendo muito pelo esporte que tanto ama.
Patrícia Loureiro durante o MTB Weekend em Nova Lima (Crédito: Ultrafotos)
1) Quais esportes marcaram sua infância e como o ciclismo entra na sua vida?
Comecei a praticar motocross com 5 anos e competir motocross com 6 anos. Com 11 anos me lembro de pegar a mountain bike do meu pai para “brincar” com a turma na pistinha de BMX e com 13 anos participei da primeira corrida de Mountain Bike XC. Fui muito bem, fiquei na terceira colocação, na primeira colocação ficou a Adriana Nascimento, que era a atual Campeã Brasileira. Naquela corrida várias pessoas foram conversar com meus pais dizendo que eu deveria seguir carreira na bike. Com 15 anos (1995) fui campeã brasileira Elite no Downhill e fui competir no Campeonato Mundial na Alemanha,em que fiquei na 15º colocação.
2) Quando e como a bike se transformou na sua profissão?
Assinei meus dois primeiros contratos de patrocínio com salário aos 15 anos em 1995. Naquela época o mountain bike estava em alta no Brasil e tínhamos incríveis oportunidades para atletas com destaque nacional.
3) Nesse começo você imaginava onde você iria chegar, sendo um dos maiores nomes da história do mtb nacional?
Sempre tive o sonho e objetivo de ser uma atleta profissional. Quando eu era criança sonhava em ser uma piloto profissional na moto, fazer parte de equipes, estar naqueles caminhões gigantes, como minha mãe foi durante uma época no motocross. Mas, foi a bike que me abriu as portas tanto para me tornar uma atleta profissional, como para ir pra fora do Brasil, morar no exterior e ter uma carreira internacional. A gente nunca imagina onde a gente pode chegar, mas a gente sempre corre atrás para fazer acontecer.
4) Quantos títulos brasileiros você já conquistou ? Você tem tudo contabilizado para nos passar?
Ao longo da carreira eu conquistei 12 Títulos Brasileiros, sendo eles: 9 x Downhill; 2 x E-MTB XCO; 1x Enduro E-MTB
5) Desde quando compete na Cimtb? Quais os principais resultados?
Como eu sempre fui do DH, comecei a competir na CIMTB quando teve a categoria E-MTB, que é extremamente divertida. Nela, curtimos a subida e a descida na pilotagem, em uma pista de XCO. Mas agora também estou com vontade de correr de bike normal na CIMTB. Meus principais resultados foram as vitórias este ano, nas etapas de Araxá e Taubaté, no E-MTB.
Patrícia Loureiro em Taubaté na CIMTB Michelin 2022 (Crédito: Ultrafotos)
6) Como você avalia a Cimtb e sua importância no cenário nacional e mundial para o esporte? Pode avaliar a evolução da prova desde que você a conhece?
Com toda certeza a CIMTB é o campeonato mais importante no Brasil e também tem uma grande importância no ranking mundial da UCI. As provas são muito bem organizadas, pistas muito boas, as grandes marcas estão presentes e vêm pessoas do Brasil e do mundo todo para competir. Mesmo não competindo XC, diversas vezes fui para Araxá a convite de patrocinadores para estar presente no evento e sempre morri de vontade de competir. Confesso que foi a única prova de XC no passado que eu queria participar, pois a pista sempre foi divertida de trilha técnica e tinha dificuldades desafiadoras. Eu nunca gostei de estradão, então não me sentia atraída pelas outras competições de XC que aconteciam na época. Atualmente as pistas estão cada vez melhores, divertidas, o que me deu vontade de migrar para o XCO.
7) Como as clínicas que você faz podem contribuir para evolução do esporte?
Pilotar a bike corretamente é extremamente importante para tudo, não somente para ganhar competições, mas para a própria segurança, até mesmo para andar de bike na rua ou na ciclovia. E existe a técnica correta de posicionamento e movimento do corpo que nós do downhill passamos a vida estudando para ganhar cada milésimo de segundo precioso em uma competição.
E, quando aprendemos a pilotar corretamente, não somente ganhamos segurança como também nos divertimos muito mais em nossas bikes, temos o prazer de fazer uma trilha técnica, saltar, fazer downhill… Enfim, tudo fica muito mais prazeroso e os riscos de quedas e acidentes também diminuem. Não digo que você não vai mais cair. Cair todo mundo cai, eu caio, o Avancini cai, até o Nino rsrs. Mas posso dizer que caímos bem menos. E, detalhe, temos consciência do que fizemos de errado.
Hoje as pistas de XCO e até mesmo as de XCM, estão ficando cada vez melhores, mais técnicas e muito mais divertidas. É a evolução no esporte, e se você não tiver a técnica e o treinamento técnico em dia pode ser extremamente perigoso.
8) Por fim, o que o ciclismo deu de bom a você como pessoa, o que esse esporte te ensinou nesse tempo todo…
Nossa, tudo. Tudo que sou, tudo que fiz, todas as pessoas que conheci, tudo que vivi até hoje, foi graças à bicicleta. A vida é um eterno aprendizado então posso dizer que estou vivendo, aprendendo e evoluindo com a bike sempre! Sou muito grata a todas as incríveis oportunidades que a bike me trouxe na vida.
Sobre a CBMM
Líder mundial na produção e comercialização de produtos de Nióbio, a CBMM possui mais de 400 clientes, em 50 países. A companhia fornece produtos e tecnologia de ponta aos setores de infraestrutura, mobilidade, aeroespacial, saúde e energia. Fundada em 1955, em Araxá, Minas Gerais, a CBMM apoia iniciativas que visam o desenvolvimento socioeconômico, cultural e esportivo nos locais onde atua, buscando beneficiar essas comunidades e auxiliar na formação das próximas gerações. Para mais informações, visite: cbmm.com/pt/media-center.
Sobre a Michelin
A Michelin, líder do segmento de pneus, se dedica ao desenvolvimento da mobilidade de seus clientes, de forma sustentável, criando e distribuindo os pneus, serviços e soluções mais adequados às suas necessidades; fornecendo serviços digitais, mapas e guias, para ajudá-los a tornar suas viagens experiências únicas; e desenvolvendo materiais de alta tecnologia, que atendem à indústria da mobilidade. Sediada em Clermont-Ferrand (França), a Michelin está presente em 170 países, emprega mais de 123.600 pessoas em todo o mundo e dispõe de 71 centros de produção implantados que fabricaram cerca de 170 milhões de pneus em 2020. (www.michelin.com.br).
História da CIMTB Michelin
A organização da CIMTB Michelin realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB Michelin tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024. Em 2022, a CIMTB Michelin aumentou ainda mais sua relevância internacional, com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo Mercedes-Benz de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1996, primeiro ano do MTB em Olimpíadas.
Mais informações sobre a CIMTB Michelin:
Site: https://www.cimtb.com.br
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