Lendas CIMTB Michelin: Edivando de Souza Cruz

Por Pedro Parisi, de Belo Horizonte

Pouca gente representou o Brasil tantas vezes e tão bem nas competições internacionais quanto Edivando De Souza Cruz, o Vando, hoje atleta da equipe First, o convidado desta edição da série Lendas CIMTB Michelin. Ele competiu em 13 Campeonatos Panamericanos, 10 Mundiais e uma Olimpíada, sendo que foi o vencedor do primeiro campeonato Panamericano da história, em 1995, ainda na categoria Júnior.

Como muita gente, a relação que Vando tinha com a bike no início era de diversão. Nativo de Ilhabela, em São Paulo, um polo dos esportes de aventura, sempre foi acostumado a ver de perto as competições na região. Ele conta que começou com o mountain bike em 1993 com o objetivo de se transportar e se divertir.

“Aqui em Ilhabela, existe essa tradição de fazer provas na cidade de brincadeira, então sempre participei de eventos esportivos, mas antes de 93, ainda não tinha nada a ver com mountain bike. A minha história no ciclismo começou numa competição em Caraguatatuba, quando eu tinha 15 anos”, lembra.

Em 1994, Vando se federou e, no primeiro ano, já ficou com a vice-colocação do ranking brasileiro. Mas foi em 1995, quando foi convidado para a equipe da Caloi, que as coisas começaram a deslanchar para o atleta. “Nessa época foi quando eu fiquei mais sério com o esporte. Eu tinha meu salário e os resultados começaram a aparecer”, conta lembrando o título na categoria Júnior no Pan de 1995 e do pódio no Iron Biker em 1996. “Até hoje só tiveram dois pódios da Júnior no Iron Biker, eu e o Henrique Avancini”, reforça.

Medalha de ouro no Panamericano de MTB de 1995, em Santiago, Chile, na categoria Júnior.

Neste período ainda na categoria júnior, ele se recorda que venceu a primeira corrida em Pedra do Sino na cidade de Carandaí, em 1996. “O Vando teve uma carreira brilhante e foi uma honra recebê-lo em nossa primeira prova oficial na fazenda e em dezenas de outras que fizemos ao longo destes 25 anos. Mas desde aquela época ele já se destacava e sua vitória na Júnior mostrou isso. Um atleta muito forte e competitivo se unindo aos outros monstros da história do nosso mountain bike”, avalia Rogério Bernardes organizador da CIMTB Michelin.

Vando lembra que passou para a Elite em 2001, ano em que ficou em terceiro lugar na copa. Em 2002 ele conquista seu primeiro título na CIMTB Michelin, na época ainda Copa Ametur.

Nos anos que se seguiram, ele pode acompanhar a evolução do esporte de perto, com um contato muito próximo a várias gerações do mountain bike. “É difícil evoluir junto com o mountain bike porque é um esporte extremamente dinâmico. No anos 90 a gente tinha muito menos equipamento que hoje. Então dávamos muito mais importância para a pilotagem que hoje em dia. Hoje, tem muito mais ferramentas, informações, assessoria, suplemento, fisioterapia”, compara.

Com o crescimento do esporte nos anos 2000, o equipamento passou a ficar mais confiável e eficiente. Até que, com a entrada das transmissões de TV, o formato mudou e as competições passaram a ser mais curtas e técnicas. “A modalidade era mais endurance até então. Eram voltas de sete a oito quilômetros, com provas de mais de duas horas. Em 2009, a gente estava no mundial, quando o Nino Schurter ganhou pela primeira vez. A partir daí, entrou o aro 29 para nunca mais sair. Foi o marco desta transição”, remonta.

De acordo com ele, as pistas no Brasil, sobretudo as da CIMTB Michelin, acompanharam essa evolução, mas mantendo a acessibilidade para todos os competidores. “Por aqui, para incentivar a participação de mais pessoas, é muito importante o organizador ter essa mentalidade de que todas as categorias irão passar no circuito”, avalia.

Bases do MTB no Brasil

Medalha de Prata nos Jogos Panamericanos em Santo Domingos 2003, a primeira medalha do Brasil nos Jogos.

A CIMTB Michelin se tornou uma das referências do mountain bike e contribuiu para a formação de muitos atletas nacionais. O tamanho dos eventos, o nível das pistas e dos competidores contribuem para o destaque do Brasil no esporte atualmente. Ter competições de alto nível, com atletas estrangeiros é crucial, segundo Vando.

 

“Nós temos tido provas cada vez mais provas competitivas no Brasil, e algumas de nível internacional, como a copa. Mas eu percebo que as novas gerações precisam pensar diferente e investirem também em provas lá fora. Esse intercâmbio é fundamental”, avalia.

“Essa alavancada do Avancini foi por conta do caminho que ele traçou para a carreira dele, correndo as maiores provas do Brasil e trocando essa experiência lá fora. Muito diferente do que a gente vê nos atletas brasileiros. Agora, com a vinda da Copa do Mundo para o Brasil e a internacionalização cada vez maior da CIMTB, talvez caia a ficha das pessoas e essa realidade mude um pouco”, calcula.

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CIMTB Michelin 2021

A organização da CIMTB Michelin realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB Michelin tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos Ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Em 2022, a CIMTB Michelin aumentará ainda mais sua relevância internacional com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1992.

Michelin

Michelin, líder do segmento de pneus, se dedica ao desenvolvimento da mobilidade de seus clientes, de forma sustentável, criando e distribuindo os pneus, serviços e soluções mais adequados às suas necessidades; fornecendo serviços digitais, mapas e guias, para ajudá-los tornar suas viagens experiências únicas; e desenvolvendo materiais de alta tecnologia, que atendem à indústria da mobilidade. Sediada em Clermont-Ferrand (França), a Michelin está presente em 170 países, emprega 114.100 pessoas em todo o mundo e dispõe de 70 centros de produção implantados em 17 países diferentes que fabricaram 190 milhões de pneus em 2017.

Sense Bike

Parte da Lagoa Participações, a Sense Bike foi criada em 2009, com o sonho de construir uma marca de bicicletas feita por apaixonados para apaixonados, com padrão internacional, foco em desenvolvimento e indústria de ponta. Em 2014, foi inaugurada a fábrica em Manaus, que possibilitou o início da produção de quadros, bem como a montagem de bicicletas elétricas e convencionais (mountain bike, urbana e road), com o que existe de mais inovador em tecnologia. Em abril de 2018, a Sense Bike comprou a Swift Carbon Global, importante fabricante mundial de bikes em fibra de carbono, com operação industrial na cidade do Porto (Portugal).