Ciclistas da elite feminina de olho na vaga olímpica

A briga pela vaga olímpica feminina no Mountain Bike para os Jogos Rio 2016 promete ser equilibrada e emocionante até o último momento antes da definição. Isabella Lacerda, Erika Gramiscelli e Raiza Goulão têm somado pontos importantes para o ranking olímpico na CIMTB Levorin e em outras provas nacionais e internacionais também homologadas pela UCI, que considera o desempenho das ciclistas desde maio de 2014 até maio de 2016.

“Eu me encontro em minha melhor fase. Superei a lesão do início da temporada, troquei de bike no meio do ano, agora estou com uma BMC, e há cinco anos tenho o patrocínio da Circuit, o que me dá mais oportunidades para treinar e disputar provas internacionais. É o que sustenta minha campanha olímpica”, relatou Erika que disputou os Jogos Pan-americanos pela primeira vez em 2011, em Guadalajara e espera competir no Pan de Toronto no próximo ano.

“Fiquei em segundo nas seletivas para os Jogos Olímpicos de Pequim e de Londres. Agora quero aproveitar a chance para competir no Rio. Recentemente fiz três provas no exterior com nível de dificuldade surreal. Duas etapas de Copa do Mundo no Canadá e Estados Unidos e o Mundial na Noruega. Recebi muita informação. Nós brasileiras já deveríamos estar fazendo isso há mais tempo”, mencionou Erika.

A ciclista sabe o que é necessário para se desenvolver campanha olímpica com antecedência mínima de quatro anos, o tempo de um ciclo. “É preciso ter preparador físico, médico, massagista, nutricionista, assessoria de imprensa e apoios da Confederação e do Comitê Olímpico. Sem essa estrutura não é possível trazer resultado para o Brasil”, afirmou Erika.

A campeã da CIMTB de 2014, Isabella Lacerda, correu as etapas da competição a partir de maio, pensando também no Rio 2016. “Qualquer ponto que vier é importante para o ranking olímpico. O Brasil já tem uma vaga assegurada por ser o país-sede, mas quem sabe conseguimos uma segunda vaga pelo ranking. É preciso pontuar sempre”, recomendou a bicampeã da Copa Internacional.

A exemplo das duas rivais, Raiza Goulão também veio de extensa campanha no exterior antes de se tornar campeã em São Roque e aumentar o saldo de sua ’conta olímpica’. As próximas prioridades de ciclista goiana são o Pan de Toronto e os Jogos Rio 2016. “Faço o planejamento com meu técnico, Cadu Polazzo, de acordo com a série de provas que renderá mais pontos e trará mais experiência”.

Apesar da busca pela evolução no ranking visando à próxima Olimpíada, a atleta não concorda com o critério adotado pela CBC. “Nas competições europeias eu ganho muito mais experiência, entre as melhores ciclistas do mundo, porém, somo menos pontos devido à minha classificação”, reclamou Raiza em comparação às competições continentais que não possuem nível tão elevado, mas lhe garantem mais pontos.

A Copa Internacional de Mountain Bike tem patrocínio da Levorin, o pneu oficial da competição. LM Bike, Shimano e Specialized são os co-patrocinadores do evento, que comemora a 19ª edição em 2014.