O Festival Bike Brasil apresenta uma série de novidades no evento que acontece de 24 a 26 de agosto, em São Paulo. Entre elas está a Bike Madone SLR9, da Trek. O modelo, que custa R$ 80 mil reais e chama a atenção pelo design inovador e pela qualidade, é o sexto produto da linha e chega ao mercado em setembro deste ano. A bicicleta é fabricada com carbono 700, comprado diretamente do exército americano. A Trek é a única empresa do setor que tem acesso a esse tipo de material. Trata-se do carbono mais leve do mundo e mais resistente. Na indústria bélica, ele é usado para produzir armas e aviões invisíveis, aqueles que não são detectados por radar.
Ainda no estande da Trek, o pai do mountain bike Gary Fisher foi uma atração à parte. No segundo dia de evento, ele se dedicou a atender os visitantes numa sessão de fotos e autógrafos, com filas que se estendiam pela feira. A psicóloga aposentada Leiser Gomes, entusiasta da bicicleta, não perdeu a oportunidade. “Eu adoro bike. E o Gary é uma lenda viva. Vê-lo aqui é uma alegria”, afirmou.
O gerente de marketing da empresa, Rafael Niro, avalia a importância do Festival Bike Brasil para o desenvolvimento do setor no país e para estimular a população a pedalar. “A feira trouxe uma proposta de experimentação. Isso é importante pra gente conseguir mostrar ao público os diferentes níveis e opções de bikes. E, ainda, mostrar que a bicicleta pode ser usada como meio de transporte, mas também em diversas modalidades de esporte e como atividade física”, disse.
Para o pessoal da Dream Bikes, a magrela também serve como modelo de negócio. A empresa, que está há mais de 20 anos no mercado e sempre teve os Kits triciclos como carro chefe, aproveitou a expertise no setor para entrar também no segmento de food bikes, oferecendo soluções sobres rodas para os mais diversos tipos de empreendedores. “As food bikes se tornaram uma opção não apenas para atender à demanda de negócio das pessoas físicas como para soluções de publicidade e ações comerciais. Por isso, a linha de food bikes cresce em torno de 20% ao ano”, afirma Rodrigo Lopes Frade, gerente da Dream Bike.
Elas têm a vez! Espaço Mulher apresenta palestras para o público feminino
Elas estão cada vez mais sobre as duas rodas… Mas ainda falta muito para se chegar ao número ideal. O medo da violência é disparado o maior receio das mulheres que gostam de pedalar. Mas existem também alguns problemas mais fáceis de serem resolvidos: o temor de chegar suada ao trabalho, a preocupação com o cabelo, com as marcas do shorts e da regata deixadas pelo sol… Foi pensando nas ciclistas que o Festival Bike Brasil destinou um espaço para a discussão sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres.
Na palestra da jornalista Adriana Marmo, que, aos 52 anos, se locomove por São Paulo de bike, ela destacou que a bicicleta é uma revolução. E contou, como experiência própria, que ao andar de bike a pessoa economiza e ainda percebe melhor o que acontece ao seu redor e a cidade em que está inserida. “Você nota a presença de uma flor, por exemplo. Parece pouco, mas no carro você jamais notaria”, completa. Sobre as marcas de sol, ela sugere que as ciclistas mostrem com orgulho, e não com vergonha. Idem com o cabelo bagunçado. “Por que não lançar uma tendência?”, questiona.
Magda Oliveira, da Escola Park Tool, acompanhou a conversa. E revelou que acredita que usar a bicicleta como meio de transporte é libertador. “A história da Adriana e a vitalidade dela são motivadoras”, explicou. Ela também palestrou às atletas e simpatizantes do universo de bike. Falou sobre mecânica. Mais um dos assuntos que estão sendo abordados nos 3 dias de conversas que ocorrem durante a edição de 2018 do Festival Bike Brasil.
Adrenalina e inclusão social para cadeirantes
A competição de Radcross, voltada para cadeirantes, reuniu 23 atletas, sendo três deles patrocinados pela Livre, a empresa responsável por desenvolver o chamado kit livre. Trata-se de um equipamento manual ou elétrico que pode ser acoplado em qualquer cadeira de rodas, personalizado para atender as necessidades do usuário. A ideia surgiu por meio da tese de mestrado do engenheiro Julio Olivetto, que descobriu na faculdade que o produto tinha potencial de mercado.
Segundo o supervisor comercial da companhia, Cassius Oliveira, o objetivo é proporcionar mais liberdade e independência ao usuário. “Um dos nossos clientes contou, por exemplo, que, depois de adquirir o kit, conseguiu pela primeira vez em muitos anos andar de mãos dadas no shopping com a esposa”, afirmou Oliveira.
Para Rubens Victor, um dos atletas da empresa e dono de uma bicicletaria, o equipamento representa muito mais que inclusão social. “Eu participava de competições de bicicleta e depois de ficar em uma cadeira de rodas comecei a andar de handbike. Agora, com esse kit eu posso até acompanhar trilhas ao lado de mountain bikes, sem me cansar muito”, contou.
Além das competições, o espaço de Radcross foi aberto para testes aos visitantes do Festival como João Paulo Oliveira, que sofreu lesão medular há quatro anos. “A rampa com os obstáculos dá um friozinho na barriga, mas é aquele frio gostoso, de quem está fazendo algo com prazer. Indico para todo o público PCD, porque a gente realmente sente mais liberdade com o kit”, disse o visitante.